Os preços do açúcar cristal no mercado spot de São Paulo iniciaram junho com novas quedas, apontam levantamentos do Cepea. De maneira geral, pesquisadores explicam que o ritmo das negociações envolvendo o cristal de melhor qualidade (Icumsa 150 - 180) continuou lento. No balanço de 2 a 6 de junho, a média do Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, foi de R$ 133,22/saca de 50 kg, recuo de 0,98% frente à do período anterior. No acumulado de maio, o Indicador caiu 7,2%. Segundo o Centro de Pesquisas, outro fator que influenciou a desvalorização doméstica foi a maior oferta de cristal de pior qualidade. As vendas e a liquidez têm sido maiores para esse açúcar de qualidade inferior. Assim, na última semana, o preço médio desse produto ficou 16,00 Reais por saca de 50 kg abaixo da média do Indicador CEPEA/ESALQ. Quanto às exportações, dados da Secex analisados pelo Cepea mostram que o Brasil embarcou 2,257 milhões de toneladas de açúcares e melaços em maio/25, recuo de 19,6% em relação ao mesmo mês de 2024. No acumulado de 2025 (até maio), o País exportou 9,526 milhões de toneladas de açúcar, 29,6% a menos que em igual intervalo de 2024.
ETANOL: Preços iniciam junho em queda
Levantamentos do Cepea mostram que os preços dos etanóis abriram junho em queda, sobretudo nas regiões mais distantes das principais bases de São Paulo. Para o hidratado, foi a quarta semana consecutiva de baixa. Segundo o Centro de Pesquisas, além do aumento gradativo da oferta de etanol (por conta do avanço da safra), o anúncio da redução no preço da gasolina na segunda-feira, 2, acelerou as vendas de algumas usinas, que ficaram receosas de recuos mais fortes no valor do biocombustível. Distribuidoras ainda seguiram cautelosas, tentando realizar aquisições a preços menores. Em alguns casos, houve sucesso, mesmo considerando que compradores seguem esperando valores mais baixos. Entre 2 e 6 de junho, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado fechou em R$ 2,5492/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), recuo de 2,33% no comparativo com o período anterior. O Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro fechou a R$ 2,9448/litro, valor líquido de impostos (sem PIS/Cofins), baixa de 3,65% no mesmo comparativo.
TRIGO: Importações são as maiores em 24 anos
Dados da Secex analisados pelo Cepea mostram que as importações brasileiras de trigo seguem crescentes em 2025, somando na parcial do ano (até maio) 3,092 milhões de toneladas, o maior volume desde 2001. Em 12 meses, chegaram ao País quase 7 milhões de toneladas, quantidade que não era registrada há seis anos. Segundo o Centro de Pesquisas, o avanço na disponibilidade de trigo da Argentina nos últimos dois anos favoreceu as compras brasileiras. Neste fluxo, pesquisadores explicam que os moinhos nacionais seguem com estoques satisfatórios, sem necessidade de aquisições intensas neste período de entressafra brasileira. Produtores, por sua vez, estão com as atenções voltadas às atividades de campo para a nova temporada. Quanto aos preços, levantamentos do Cepea mostram que as cotações do trigo em grão seguem pressionadas desde abril, quando atingiram os maiores valores do ano. A liquidez continua baixa, com negociações de lotes pontuais.
MELÃO: Média nominal no Vale (BVMF:VALE3) é a 2ª menor da série histórica
O preço médio do melão amarelo negociado em maio no Vale do São Francisco (BA/PE) foi o segundo menor para o mês, em termos nominais (sem considerar a inflação), da série histórica do Hortifrúti/Cepea – o valor esteve acima apenas do observado em maio de 2016, ano em que o levantamento de dados desse produto foi iniciado na região nordestina. Em maio, a média do melão a granel foi de R$ 0,75/kg e, agora, na primeira semana de junho, está ainda menor, em R$ 0,53/kg. A cotação atual deixa produtores locais no prejuízo, já que o custo de produção local está por volta de R$ 0,90 a 1,00/kg, segundo agentes consultados. Entre os motivos que explicam esse cenário, conforme pesquisadores do Hortifrúti/Cepea, estão o incremento de área plantada no sertão baiano/pernambucano e o aumento da produtividade local, diante das menores chuvas no começo do ano e dos maiores investimentos tecnológicos.